08h30 da matina, aproximadamente. Trabalho sossegadinha em frente ao PC.
Repentinamente, surge o colega/ patrão nº2 /stressado da casa:
C. - Psst, anda cá ver esta reportagem.
Eu - ! Estás a falar comigo?
C. - Sim, anda cá! - dito com cara de Sr. das moralidades.
Levanto-me e vou até à sala de espera. Olho para a televisão, sintonizada na RTP no noticiário da manhã. Escuto o motivo para tanto alarido (e qual será a relação com a minha pessoa?).
Eu -
Tema da reportagem: as mulheres e os problemas de saúde associados ao uso de saltos altos !
C. - Vês???
Eu - ...
Agora pergunto eu, mas o que é que o menino tem haver com a minha paixão por sapatos? Hã? Por acaso já comemos da mesma malga para estas confianças?
E porque carga de água é que um homem que nunca me viu em pelota (logo, não é meu pai nem meu "hom"), decide vir com moralidades?
Eh lá... e para onde é que o menino anda a olhar nas horas vagas... dia após dia?!?!
Temos o caldo entornado.
E pensar que no meio do de tudo isto ainda rematei:
- Mas eu hoje estou de salto raso.
Há dias que a chuva não abranda. Sinto-me particularmente marafada com tal cenário. Não que eu não entenda a importância da dita cuja, apenas acho que se é para chover escusa de ser esta chuva "molha parvos" (que, note-se, já me molhou a mim também) e que nos faz carregar o belo do guarda-chuva para todo lado como se a nossa vida dependesse de tal objecto. É que de facto a nossa vida não fica mais pobre ou mais rica mas não ajuda nada no que respeita à boa postura de uma lady. Já nos basta a super mala (sempre super carregada) e os super sapatos de cinderela que insistimos em usar nem que chova canivetes e que por vezes nos transformam em autênticas malabaristas sobre os mesmos.
Boneca de Trapos