Para além de alguma preguicite aguda, tenho permanecido ausente destas bandas devido a algum trabalho extra que não me deixa muito espaço para dar asas à minha fértil expressividade (e maluqueira, q.b.).
A recente alteração hormonal não me piorou o génio mas nem por isso fez de mim uma madalena arrependida e assim, perante algumas situações do dia a dia, dou por mim com a certeza inabalável de que não tenho pachorra para infantilidades vindas de gente com quase o dobro da minha idade. Irra que o ser humano é complicado!! Homens, mulheres... tanto faz! Quando lhes dá para a parvalheira, toca a todos sem excepção.
Pelo meio de todo este caos diário ainda tive que fazer o funeral do canário cá do sitio. Pois é, esta empresa é muito... social. Já tivemos um gato adoptado, que desapareceu misteriosamente, e tínhamos (ao que me constou, há anos) um pássaro que tinha logo que esticar o pernil, quando estava à minha responsabilidade. A pobre ave já tinha passado pelo trauma da dona (uma colega de cá) o ter "abandonado" por aqui quando decidiu mudar de casa (ao que parece, o espaço novo não era digno do companheiro de 2 patas), recentemente vai mais um trauma pois a dita colega, por motivos de saúde, ausentou-se do trabalho por alguns meses. Quem ficou a tratar dele e a comprar comidinha da boa e tudo?? Je, pois claro! E agora pergunto: mas era necessário EU ter de encontrá-lo naquele estado lamentável??? Logo eu que nestas coisas já sou a pior das madalenas??!! Realmente, Sr. Canário...
Será que este sol significa que já posso limpar as varandas e janelas lá de casa... ou mais vale esperar e fazer de conta que tenho vidros "escurecidos"?
Não sei o que se passa comigo mas deve ser grave.
Costumo sentir-me assim uma espécie de estranha num mundo de estranhos, uma espécie de revoltada no meio de revoltados, uma espécie de marafada entre endiabrados.
Aprendi a aceitar que esta impertinência faz parte do fabrico e que nada nem ninguém conseguirá mais do que atenuá-la (ou aguçá-la ainda mais).
Mas ultimamente... ai meu amigo... É assim uma comichão generalizada que se instala no cérebro e desce até ao dedo grande do pé. Resultado? Estou que nem posso.
Será cansaço, stress acumulado, saudades das origens, nostalgia, desejos reprimidos... pura estupidez??! Não faço ideia. O que eu sei é que o meu estado de espírito parece uma montanha russa que perdeu os travões e anda desgovernada por entre subidas, descidas, curvas e loops.
Tem dias que dá para a riso, tem dias que dá para o chorinho, tem dias que dá para a loucura generalizada.
E agora perguntem-me o que se passa comigo.
Não sei!
Hormonas descontroladas????
Diariamente, a caminho do ginásio, passo por uma estrada onde vejo quase sempre uma aglomeração de mulheres (vá lá... são duas ou três), relativamente próximas de uma paragem de autocarros. Ontem, passei lá com o Ken e tive este brilhante comentário:
MaRaFaDiNhA: Estas senhoras estão sempre aqui. Devem estar aqui à espera de alguém. Ou dos filhos...
Ken: Sim é isso mesmo. Estão à espera dos filhotes para lher dar o lanche. Não percebes que são prostitutas?
MaRaFaDiNhA: Jura? Mas estão tão...tão... vestidas?!
Ken: Com o frio que está, experimenta tu a ir para ali de mini saia e top.
MaRaFaDiNhHa:
Em minha defesa, moro aqui há pouco tempo e não sabia que aquela estrada tinha este historial de mercado.
Também não conhecia esta minha faceta de inocente mas... para mim têm ar de mães à espera dos filhos e não se fala mais nisso.
Para encerrar o ano em grande, pensei em escrever umas palavras à minha mãe. Há quem faça reclamações junto do Pai Natal, do Primeiro Ministro, no Centro de Saúde, pois eu decidi reclamar com a minha mãe uma série de coisas que me estão aqui entaladas.
Gostava eu de saber qual o motivo que a levou a nunca me contar que a despensa lá de casa não se enchia por artes mágicas; que a roupa suja não deslizava para dentro da máquina de lavar; que a secadora não passava logo a roupa a ferro; que os homens não vão na cantiga de comer qualquer coisinha rápida só porque não apetece fazer jantar (esquisitinhos); que o pó tem vontade própria (tal e qual um conto do Stephen King)...
Não há direito!
Uma pessoa junta os trapinhos a pensar que o amor e a cabana fazem milagres e depois... voilá... há uma série de parêntises. Acabam os dias de ócio, do dolce fare niente, próprio de quem vive em casa dos pais e tem a sorte de ter uma mãezona que trata de tudo. Não é que não fizesse nada e fosse um corpo de palha (como diz o meu pai), mas os pormenores acima detalhados conseguiam passar completamente ao lado (os maganos).
Sei lá... é duro sair tarde do trabalho, estar naquela (complexa) altura do mês, ansiosa por chegar a casa e estender o corpinho no belo do sofá e, afinal, ainda ter que passar pelo supermercado, lavandaria and so on e acabar a carregar tudo sozinha feita mula. Eu sei, eu sei --- e ainda não vieram os filhos!
Oh mãe, podias ter sido só um bocadinho mais dura, mas um Ambrósio como presente de Natal também ajudava.
Decidi dedicar um post ao meu recente estado de saúde, que já conheceu dias melhores (RELAX, não é gripe A).
Será que toda a gente fica como eu, sem paciência nenhuma e com os nervos à flor da pele?! É que não há pachorra para nada.
E a minha curta (thank god) estadia pelo hospital?! Uuuuuuuui.
Será que alguém já alguma vez pensou que se uma pessoa está lá, é porque não deve estar muito bem de saúde?! Então porque carga de água é que as auxiliares fazem um basqueiro insuportável, a hora das visitas atinge níveis de sonoridade piores que o mercado do peixe, os médicos estão-se a borrifar para as agonias e as enfermeiras mais jovens têm a mania que os cágados voam?! (sim querida enfermeira júnior, a menina que passeava para cá e para lá com uns brincos do tamanho de uma âncora que faziam um barulhinho insuportável... ainda tenho pesadelos com a menina).
Coitadinho de quem está doente.
Estou velha!
Este lamento não se deve a mais um aniversário, mas sim a uma simples e objectiva constatação de factos.
Chego ao fim do dia com a sensação de ter sido chocalhada dos pés à cabeça e dói-me tudo, até a alma. Pior, às nove da noite estou literalmente a apanhar bonés. Não há livro, programa de TV, filme ou série que me prenda a atenção e mande o Sr. Pestana tratar das criancinhas que eu já passei da idade. Em vez disso lá estou eu, a fazer as figuras tristes que durante anos gozei ao ver nos outros.
Um dia destes adormeço sentada na sanita, já faltou mais.
Não há direito.
Já dizia o outro que "Banco é Caixa" e "pim- não-sei-das-quantas é matraquilho".
Ora bem, o dito Banco mais valia ter mesmo uma bela de uma mesa de matraquilhos e afins para uma pessoa passar o tempo enquanto espera (im)pacientemente pela vez de atendimento. Isso é que era!! Imaginem só, o povo a jogar uma matraquilhada ou uma suecada dentro do Banco! Outra sugestão, seria a existência de uma menina, ao estilo das hospedeiras, apregoando com voz nasalada, "chá, café ou laranjada"!
De certo havia muito menos stress e até nos passava despercebido que, apesar da quantidade de funcionários que circulam da parte de lá dos balcões, a fila de espera dava para jogar ao dominó humano.
Aqui para nós, as modernidades das senhas só vieram complicar isto. Já não se fazem filas como antigamente.
E já agora, nunca percebi muito bem a política de ter menos balcões a funcionar nas horas de almoço, quando a maioria das pessoas se deslocam aos Bancos precisamente nessa hora?! Mas isso pergunto eu que sou incomodada por Natureza e cuja opinião não conta para nada.
Mas lá quer era bom podermos fazer outra coisa mais relaxante do que olhar uns para os outros com cara de poucos amigos, lá isso era. E assim talvez se chegasse ao balcão e houvesse disponibilidade para as piadinhas irritantes que o Sr. daquela dependência insiste em fazer. É verdade, há por aí bancários com muita pinta para a stand up comedy... com a diferença de permanecerem sentados.
Já que estamos em época de eleições, haverá por aí algum Partido com vontade de abraçar esta ideia genial, hum?
Como é interessante quando percebemos que alguém não nos grama nem à lei da bala, mas não faz mal pois da nossa parte também não vamos lá.
Como é curioso verificar a quantidade de relações cordiais que mantemos em prol dos bons costumes quando, no fundo, só apetecia saltar para a espinha daquela pessoa e deixá-la com menos fios de cabelo.
Como é vergonhoso o cinismo de que somos capazes, mas sempre é uma forma de se evitar mais guerras.
Mas o que eu abomino verdadeiramente é que se mostrem muito preocupados com o meu bem estar quando, na verdade, tanto se lhes dá se estou cheia de vida ou com uma tremenda diarreia. É que não há necessidade. Não se pode agradar a gregos e troianos, ponto final. Ou se gosta ou não se suporta e basta sermos educados que tudo tenderá a correr bem. Qual é então o propósito de se querer simular relacionamentos e sentimentos que não existem?
É por estas e por outras que eu sou MaRaFaDa por natureza.
Serei só eu que, enquanto teenager, tinha horas para chegar a casa?!
Serei só eu que não pude ir às compras com as amigas e ter o cartão multibanco dos pais à disposição para os devaneios das alturas em que nos achamos autênticas capas da Vogue?!
Serei só eu que sabia o que me esperava em casa se andasse a fazer figuras tristes na rua?
Serei só eu que tinha regras a cumprir e ponto final parágrafo?!
É que a avaliar por o que eu vejo hoje em dia, fico a pensar que nasci há 50 anos atrás.
Sugestão para pais arrependidos:
(imprimir, recortar e colar na porta do quarto da cria)
Estive aqui a pensar... a pensar (sim, às vezes também penso) e cheguei à conclusão que alguém devia fazer um estudo sobre a razão pela qual as pessoas tossem sempre que entram num local onde não está ninguém à vista, mas querem que se note que chegaram.
Isto geralmente acontece em consultórios, recepções, estabelecimentos comerciais e afins. Já não se bate à porta,nem se pergunta se está alguém e muito menos se espera pacientemente que apareça alguma figurinha para nos receber. Não! Agora vá de tossir como se estivessem à beira da morte por estrangulamento. Pior, também se utiliza o belo do narizinho e toca a fungar (adoro esta palavra) haja ou não muco à porta.
Que é feito do " Ó da casa!" ou o célebre bater de palmas???? Não percebo.
Outra que também devia ser motivo de tese, ao menos tem mais pinta. Nos hospitais do Norte, a juventude da 3ª idade (Deus permita que eu também lá chegue e já agora toda enxutinha) ainda pede ajuda à boa maneira de outros tempos "Há que de Rei, Há que de Rei". Ahhh que maravilha. É fechar os olhos e imaginarmo-nos no tempo de D. Afonso Henriques, com aqueles longos vestidos e as mamocas semi espalmadas...
. Oh mãe
. Soneira directamente prop...
. Banco, Caixa e Matraquilh...
. Stupid things about peopl...
. Quando eu era pequenina.....