Não tenho nada contra excursões, convívios, piqueniques e todo o demais convívio entre os seres humanos. Mas reuniões de gente, às cinco da manhã, num dia de trabalho, à janela dos outros... Give me a break.
(eu logo vi que morar na cidade não havia de ser tão grande coisa).
Assim, por estar aqui com umas olheiras dignas de um filme de terror, aos caríssimos "entronjos" que decidiram fazer do "meu prédio" o ponto de encontro para a sua excursão a Fátima, eis o meu comunicado:
Senhoras e Senhores que a esta hora estais em Fátima, rezai por mim. Agradecei à Nossa Senhora a santa paciência que eu tive convosco. Rejubilai pela graça em mim concedida. Graça essa que me impediu de vos brindar com um balde de água fria, de proferir palavras negras e obscenas, de sair porta fora e blasfemar contra as vossas pessoas (pensando bem, esta última parte foi graças à preguiça mesmo).
Solicitai ao menino Jesus que, como prenda no sapatinho, vos conceda um pouco de inteligência e bom senso. Reparai em como estas características são importantes para evitar guerras e violência, assim como as que esta vossa irmã ia iniciando logo cedo.
Perdoai-me assim como eu vos perdoei, apesar de ter algo aqui entalado na garganta e nos olhos.
E rezai... rezai que esta noite também eu vou pedir à Nossa Senhora de Fátima que ilumine essas cabecinhas e que para o ano vos dê a ideia de se reunirem no parque de estacionamento do Jumbo (é que fica ali tão perto....).
Decidi dedicar um post ao meu recente estado de saúde, que já conheceu dias melhores (RELAX, não é gripe A).
Será que toda a gente fica como eu, sem paciência nenhuma e com os nervos à flor da pele?! É que não há pachorra para nada.
E a minha curta (thank god) estadia pelo hospital?! Uuuuuuuui.
Será que alguém já alguma vez pensou que se uma pessoa está lá, é porque não deve estar muito bem de saúde?! Então porque carga de água é que as auxiliares fazem um basqueiro insuportável, a hora das visitas atinge níveis de sonoridade piores que o mercado do peixe, os médicos estão-se a borrifar para as agonias e as enfermeiras mais jovens têm a mania que os cágados voam?! (sim querida enfermeira júnior, a menina que passeava para cá e para lá com uns brincos do tamanho de uma âncora que faziam um barulhinho insuportável... ainda tenho pesadelos com a menina).
Coitadinho de quem está doente.
Os tempos mudam, a escolaridade mínima obrigatória aumenta, escrevem-se livros de etiqueta, mas os empregados de certos serviços (muitos dessa bela instituição que se designa por Estado) continuam a ser um mimo de boa educação e competência.
Eu entro em completo delírio quando sei que tenho de me deslocar a esse belo local onde compramos selos, levantamos encomendas e afins, cujo nome parece uma marca de um produto altamente tóxico usado para matar baratas: CTT!
Sim, deslocar-se a uma estação desta empresa é o mesmo que ir a um spa. A experiência pode ser altamente aliviadora para quem sofre de stress, pois por muito que apeteça desatar aos palavrões e à estalada com toda a gente, não temos outro remédio que o de engolir em seco e respirar fundo. É uma verdadeira terapia de choque!
Eu até imagino como aquilo deve funcionar.
Chegam ao trabalho e são borrifados com um spray anti simpatia, passam por uma porta que os põe com cara de poucos amigos e... Voliá... estão prontos para atender o povo.
Depois vem a questão do tempo que se leva a fazer as coisas. É assim algo entre o devagar e o devagarinho. Aliás, a explicação para isto é que um dos pré-requisitos é ser capaz de correr atrás de um caracol (o professor deve ter sido um Alentejano que eu cá conheço...).
Claro que há excepções, mas a verdade seja dita: são verdadeiras aves raras! Tão raras que alguém devia fazer um programa de TV sobre elas.
Que tal um Big Brother com um misto de funcionários dos CTT, das Finanças, das Conservatórias, das Câmaras...?
Ai que saudades dos senhores carteiros de antigamente... esses ao menos eram um pouco cusquinhos mas muito mimosos. Eram assim como o carteiro Paulo, lembram-se?
. Santa ignorância, Santa p...
. Quero um carteiro Paulo n...