A pedido de muito boa gente, que eu desconfio que me quer ver nas ruas da amargura, vou partilhar a mais recente calinada que saiu deste cérebro em desespero (mas aviso já que isto não é normal e eu estou é muito cansadinha).
Domingo de manhã (que é como quem diz, ao meio dia), este casalinho de pombos decide sair de casa para tomar o pequeno almoço num local especial.
Ao entrar no carro (ainda meio ensonada, NOTE-SE), apenas ouço este bocadinho de conversa da locutora da Rádio Comercial:
"...e assim já pode ouvir o Noddy a dizer o nome dos seus filhos".
MaRaFaDiNhA: O Noddy tem filhos?!?!?!?!
Ken:
Escusado será dizer que eu percebi de imediato a asneira que proferi. Estavam a falar de uma gravação para crianças, onde o Noddy diz o nome que se pretender, ou seja o nome dos NOSSOS filhos. (eu ainda estava meio ensonada e apanhei a conversa a meio, tá?)
Desconfio que por esta altura, o Ken questionou o motivo pelo qual se ficou por uma boneca de trapos quando, pela mesma dose de cérebro, podia ter ficado com a Barbie. Ainda assim, depois de dez minutos em que eu ri e corei , ri e corei, ri e corei e chorei. Ainda rematou:
Ken: É suposto o Noddy ser uma criança. Como é que podia ter filhos?!
MaRaFaDiNhA: Olha, o Ruca também já tem não sei quantos anos e ainda é careca!!!
Eu juro que se isto continuar assim...
E pensava eu que por cá era mau...
É impressão minha ou fica meio mundo a olhar desconfiado quando vê alguém sacar do lencinho de papel para se assoar? E se temos o azar de espirrar? Livra!!
Sofro de sinusite (está visto a quantidade de vezes que as situações acima mencionadas me atormentam)... e temo pela minha vida. É que um dia destes ainda sou denunciada às autoridades sob a suspeita de estar a ocultar a famosa gripe.
Para dar fundamento a este meu receio não vamos mais longe. Aquando do meu regresso ao trabalho, após dois dias de ausência em que toda a minha gente ouviu dizer que eu estava doente, a primeira pergunta que me fizeram qual foi?? Hummm?
Não, se eu estava melhor foi a segunda. A primeira foi "mas esteve com a gripe A?!"
Sinto que estou a padecer do chamado stress pré-férias (se não existe... há uma primeira vez para tudo).
Este stress tem como principais sintomas uma preguiça tremenda e uma falta de paciência que só seria atenuada com 20 mil peças de louça ao dispor das minhas mãozinhas.
Não obstante o relax generalizado à nossa volta, uma pessoa até aguentava os dias de trabalho não tivesse que levar com a nossa emigrantada de regresso às raízes (e às tristezas) deste belo país à beira mal plantado. Assim, uma pausa para almoço ou uma visitinha a qualquer supermercado tornam-se um verdadeiro frenesim de estupidez circundante.
Fala-se francês como os espanhóis falam Inglês; mistura-se as duas línguas numa salsanhada tal que nem os próprios raciocinam sobre o que acabaram de expelir ("Venez ici, venez ici, moço dum raio, não ouves?!); os avós aprendem língua gestual, pois os netos "tão pequeninos já falam francês"; há quem contribua para o comprimento das filas de pagamento pois ainda tem que contar os euros em francos (sim, assisti pessoalmente a esta e ainda fiquei a questionar que moeda se usaria em França); entupe-se o trânsito com os super carros de matrícula amarelinha, vidros abertos para partilhar as sonoridades com os vizinhos e meio corpo de fora para poder apreciar melhor se alguém olha para a Parada ou não.
Tudo isto e muito mais, para fazer uma bela duma grande (triste) figura na terriola que os viu descalços.
Somos o que somos, nem mais nem menos.
A falar Mandarim ou com sotaque Nortenho, vestidos made in Italy ou made in Buraca, calçando xanato ou Paulo Brandão, acabamos por agir na nossa verdadeira essência. E é caso para dizer, percorremos todo o mundo mas a educação ficou em casa dentro da gaveta.
TOMA!
Palavras para quê? Este governo podia lançar uma caderneta com uma série de cromos. Até podiam vir a acompanhar o velhinho Bollycao (assim ao estilo daqueles autocolantes "TOU..." lembram-se?).
E que tal uma compilação com os Melhores Momentos? Também seria sucesso garantido. Desde o "porreiro pá", ao "margem sul - jamais", and so on, dava para editar temporadas (muito ao estilo de qualquer série americana. Um must!)
E eu que sempre achei que o Sr. Manuel Pinho tinha mais cara de Pinacolada (Zé do Pipo para os amigos), mas daí a fazer cenas destas na Assembleia...
Agora lá vem dizer que não pretende fazer carreira na política. DAHHH?!
Venha daí essa caderneta de cornos. Perdão, cromos!
fonte: PUBLICO online
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