Nunca acompanhei a sério o programa Ídolos, apesar de (inevitavelmente) saber mais ou menos quem foram os concorrentes e já ter ouvido uma ou outra performance dos ditos.
Não é necessário mencionar o que acho destes programas pois é a minha opinião e gostos não se discutem. Só que não posso deixar de achar curioso que as pessoas comentem os concorrentes como o fazem com o vizinho do lado (fruto daquela famosa dor de cotovelo que ataca o ser humano sempre que observa a galinha da vizinha), esquecendo por completo que estas pessoas estão alí para ser avaliadas pela voz e capacidade de entretenimento e não pelas horas a que frequentam a casa de banho.
Há pouco, enquanto tomava o pequeno almoço, uma mesa de "senhoras" comentava a final de ontem à noite. Fiquei a saber que venceu o rapaz mas, a julgar pelo que ouvi, chego à conclusão que não foi por cantar como um rouxinol mas por ser... homem. É que as senhoras não teceram uma observação digna à capacidade vocal da criatura, mas desfiaram um rol de críticas ignorantes à vencida: "é vaidosa; a produção estava sempre a cuidar dela, com penteados, roupa....; é prima/sobrinha/afilhada do tal e da tal..."
O mulherio na sua infima sabedoria e capacidade de solidariedade com o seu género!
Não conhecem a rapariga de lado nenhum mas é como se soubessem cada traço da sua personalidade; não se lembram que o facto de ser mulher facilita mudanças de visual que aos homens são sempre complicadas (a não ser que o quisessem ver vestido de Cher); e, claro, os filhos/sobrinhos/enteados de alguém conhecido não têm direito a ter talento por isso metam uma rolha e resignem-se ao Singstar da Playstation.
E é assim que se escolhem vencedores e vencidos. Pela dor de cotovelo; pelo bairrismo exacerbado; pela necessidade de criticar; pela imagem; pelo sexo; pela azia generalizada que nos caracteriza.
E ainda se admiram que exista descriminação sexual nos dias que correm? Pois se nós somos as primeiras a dar a facadinha...
. O ídolo das mulheres: lín...