Andou a minha mãe a criar-me com tanto afinco, andei eu a estudar outros tantos anos. Tudo para fazer alguma coisa da minha vida e afinal chego à conclusão que devo ter ar de qualquer coisa estranha menos de gente ocupada e bem resolvida. É que de outra forma como posso justificar que tudo o que seja pedincholas, beberrolas, parvolas ou choramingolas me venha bater à porta?
Mas qual é o motivo para eu não conseguir ficar um dia sem receber um telefonema publicitário sobre coisas que não me interessam para nada? E que dizer da quantidade de gente preocupada com as minhas finanças? Oh lord!
Não vou aceitar prémios de nada a que não concorri, fique você com ele.
Não vou fazer um seguro com uma empresa que não tenha uma sede palpável e um nome reconhecido, se estou a perder dinheiro o problema é meu.
Não quero fazer cartão de crédito nenhum. Ou há € para comprar ou não se inventa.
Não quero saber dos tarifários da TMN nem do raio que parta, para isso consulto a internet.
Qual será o motivo pelo qual eu não consigo andar pelas ruas de algum lado sem ser interpelada por senhoras que me querem falar de religião ou de gente com ar mais que óbvio a dizer que lhe faltam 5 € para apanhar o comboio ?
Minha senhora se eu quiser ver a luz, eu logo a procuro fique descansada. Ai posso já estar perdida? Olha a novidade, perdida ando sempre que este meu sentido de orientação...
Ai são 5€ para o bilhete? Mas então andas aqui há três meses sem ir a casa não?
Como se não bastasse ainda tenho que aturar borrachões a entrar por aqui, dissertando sobre a Guerra e a pedir um copo de branco seco???
Oh chefe, a tasca é ali do outro lado da rua.
Sim, sim, a guerra é tramada mas o vinho... ui...
as coisas que eu aturo
. Mais uma ausência, mais u...
. Eu juro que só queria fal...